Gênero: Folk/Singer-Songwriter
País: Reino Unido
Tempo de Atividade: 1968-1974
Comentário: Ao começar a pensar em resenhar essa discografia, senti uma certa pressão e logo entendi o porque, aqui estou eu resenhando toda uma obra em que palavras não são capazes de fazer jus a sua qualidade.
Nick sempre fora aquele típico gênio excêntrico, pode se dizer isso desde o início mesmo, afinal, qual outro músico que você conhece nasceu na Birmânia? Um pedacinho de terra bizarro localizado próximo a China. Tudo bem, ele na verdade tem origem britânica e nasceu lá por causa do trabalho do seu pai e logo voltou a sua terra de origem, mas ainda assim ele tem origem quase que chinesa.
Ao contrário da grande maioria dos artistas do gênero, que tinham origens marginais e humildes, Nick veio de familia rica, teve a oportunidade de estudar nos melhores colégios e teve uma boa formação músical em casa graças a sua mãe, uma inspirada compositora, pianista, violoncelista e clarinetista. Nick herdou a aptidão da mãe e não demorou em começar a manifestar sua paixão pela música, e grande virtuose com os instrumentos.
Nick sempre foi dono de uma personalidade fechada, timida e apática um tanto quanto contraditório, visto que era um rapaz alto e bonitão, lider de time de rugby e de certa forma popular, mas mesmo assim, ninguém dizia conhecer Drake verdadeiramente, era um cara misterioso.
De espirito rebelde, Nick passou a fumar muita marijuana e utilizar ácido aqui e acolá, afinal eram anos 60, e ele possuia uma alma aprisionada que queria transceder e se libertar. Creio que todas suas emoções eram exprimidas em suas composições, detentor de uma grande dificuldade de dormir, Nick ouvia música e praticava violão horas a fio pela madrugada até ao amanhecer, foi assim que desenvolveu sua paixão pelo Folk, atitude um tanto quanto reprimida pela sua familia e amigos que eram simpatizantes da música erúdita e não muito fãs de música pop e simplista.
A característica mais interessante e que mais se destaca na parte instrumental das composições é sem dúvidas o violão, instrumento o qual aprendeu a tocar com maestria e criatividade, extremamente experimental mas sem soar exagerado, são detalhes minuciosos que dão o ar da graça e passeiam pelas músicas, dissonâncias, contrapontos, sem contar sua afinação um tanto quanto única. Acompanhando o violão, Nick certas vezes usava o piano e o violoncelo que fora ensinado por sua mãe ou até saxofone e clarinete, sempre tocado com grande sentimento.
As letras, como todo grande músico do folk também tem sua importância essencial, sua grande maioria eram letras tristes e melancólicas, resultado da depressão intrinseca de Drake, mas ainda havia espaço para suas letras ora lisérgicas, e outras declaradamente maconheiras, visto que ele era um grande entusiasta da ervinha, principalmente em seu primeiro álbum.
Apesar do titulo do álbum “Five Leafs Left”, uma clara referência a cannabis sativa, a capa do álbum verde, e algumas referências em músicas como “The Thoughts Of Mary Jane”, temos um álbum carregado por uma melancôlia sedutora, e com uma maior aproximação a música erúdita dos três albuns oficiais que compôe sua carreira. Esse seu debut espetacular marca o início do fim de Drake, um jovem músico que viria a se tornar referência para o mundo da música postumamente, arrebatando admiradores que vão de Bob Dylan a Trent Reznor, de Leonard Cohen a Robert Smit, todos eles sinceros fãs do belo legado registrado por Nicholas Rodney Drake.
É verdade que durante vida, Nick fora quase que completamente ignorado, sucesso praticamente nulo, fora só após sua morte em 1974 que começaram a reparar e notar sua genialidade, dali em diante ele foi o único artista a integrar listas de álbuns mais importantes já feitos com sua discografia completa, sua importância se tornou inata no mundo da música (mesmo que sua popularidade ainda seja um tanto quanto restrita).
Em Bryter Layter temos o trabalho musicalmente mais avançado, um álbum de folk que é puramente Jazz e o mais experimental. É nítida as mudanças de ritmo, o piano ora rápido contrastando com um saxofone choroso e boêmio, é como se Chet Baker resolvesse apostar no violão. É o caminho de Nick para a depressão a qual cederia futuramente, afinal seriam para si mesmo os versos de “Poor Boy” onde canta “Que pobre garoto, com tanta pena de si mesmo”? É aqui também que encontramos uma das melhores e mais famosas de sua carreira “One of these things first”, a emocionante faixa onde é entoado "Eu poderia ter sido um marinheiro, poderia ter sido um cozinheiro, um amante realmente vivo, poderia ter sido um livro, mas como?"
Se em 1970 em Bryter Layter, Nick já dava indicios de sua profunda melancolia e depressão, ela chega ao seu ápice em 1973, com seu último e mais aclamado álbum. Pink Moon (a começar pela capa incrivel) é um álbum minimalista, simples, poético com uma atmosfera um tanto quanto densa e profunda. É um álbum inteiro de voz e violão (com excessão da faixa-titulo que conta com piano) gravado em apenas duas sessões de duas horas começadas a partir da meia noite, é um álbum curto, com meia hora de duração mas que acaba sendo perfeito. Inspiradissimo e profundo, apenas isso.
Infelizmente no ano seguinte, 1974 ele poria fim as suas angustias com uma overdose de barbitúricos. Seu suícidio é considerado contraverso, até hoje não sabem se ele realmente se matou, ou foi uma overdose acidental. Posteriormente ainda foram lançados dois álbuns póstumos que integra essa discografia que estou postando, duas compilações que também contam com algumas gravações inéditas não lançadas enquanto estava vivo.
Enfim, espero que apreciem essa curta porém belissima obra que considero essencial pra qualquer fã de boa música.
Five Leaves Left
Ano: 1969
Tracklist
1."Time Has Told Me" – 4:27
2."River Man" – 4:21
3."Three Hours" – 6:16
4."Way to Blue" – 3:11
5."Day is Done" – 2:29
6."Cello Song" – 4:49
7."The Thoughts of Mary Jane" – 3:22
8."Man in a Shed" – 3:55
9."Fruit Tree" – 4:50
10."Saturday Sun" – 4:03
2."River Man" – 4:21
3."Three Hours" – 6:16
4."Way to Blue" – 3:11
5."Day is Done" – 2:29
6."Cello Song" – 4:49
7."The Thoughts of Mary Jane" – 3:22
8."Man in a Shed" – 3:55
9."Fruit Tree" – 4:50
10."Saturday Sun" – 4:03
Bryter Layter
Tracklist
1."Introduction" – 1:33
2."Hazey Jane II" – 3:46
3."At the Chime of a City Clock" – 4:47
4."One of These Things First" – 4:52
5."Hazey Jane I" – 4:31
6."Bryter Layter" – 3:24
7."Fly" – 3:00
8."Poor Boy" – 6:09
9."Northern Sky" – 3:47
10."Sunday" – 3:42
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Pink Moon
Tracklist
1."Pink Moon" – 2:06
2."Place to Be" – 2:43
3."Road" – 2:02
4."Which Will" – 2:58
5."Horn" – 1:23
6."Things Behind the Sun" – 3:57
7."Know" – 2:26
8."Parasite" – 3:36
9."Free Ride" – 3:06
10."Harvest Breed" – 1:37
11."From the Morning" – 2:30
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Time Of No Reply
Ano: 1986
Tracklist
1."Time of No Reply" – 2:52
2."I Was Made to Love Magic" – 3:08
3."Joey" – 3:04
4."Clothes of Sand" – 2:32
5."Man in a Shed" – 3:02
6."Mayfair" – 2:28
7."Fly" – 3:35
8."The Thoughts of Mary Jane" – 3:42
9."Been Smoking Too Long" – 2:13
10."Strange Meeting II" – 3:32
11."Rider on the Wheel" – 2:30
12."Black Eyed Dog" – 3:20
13."Hanging on a Star" – 2:42
14."Voice from the Mountain" – 3:40
2."I Was Made to Love Magic" – 3:08
3."Joey" – 3:04
4."Clothes of Sand" – 2:32
5."Man in a Shed" – 3:02
6."Mayfair" – 2:28
7."Fly" – 3:35
8."The Thoughts of Mary Jane" – 3:42
9."Been Smoking Too Long" – 2:13
10."Strange Meeting II" – 3:32
11."Rider on the Wheel" – 2:30
12."Black Eyed Dog" – 3:20
13."Hanging on a Star" – 2:42
14."Voice from the Mountain" – 3:40
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Family Tree
Tracklist
1."Come In To The Garden (introduction)" - 0:31
2."They're Leaving Me Behind" - 3:16
3."Time Piece" - 0:43
4."Poor Mum" performed by Molly Drake - 1:38
5."Winter Is Gone" (Traditional) - 2:42
6."All My Trials" (Traditional) (with Gabrielle Drake) - 1:55
7."Kegelstatt Trio for clarinet, viola and piano" (Mozart) - 1:14
8."Strolling Down the Highway" (Bert Jansch) - 2:50
9."Paddling In Rushmere" (Traditional) - 0:24
10."Cocaine Blues" (Traditional) - 2:59
11."Blossom" - 2:41
12."Been Smokin' Too Long" (Robin Frederick) - 2:13
13."Black Mountain Blues" (Traditional) - 2:37
14."Tomorrow is a Long Time" (Bob Dylan) - 3:40
15."If You Leave Me" (Dave Van Ronk) - 2:04
16."Here Come The Blues" (Jackson C. Frank) - 3:53
17."Sketch 1" - 0:59
18"Blues Run The Game" (Jackson C. Frank) - 2:25
19."My Baby So Sweet" (Traditional) (Not on every version of the album) - 1:45
20."Milk And Honey" (Jackson C. Frank) - 3:00
21."Kimbie" (Jackson C. Frank) - 3:26
22."Bird Flew By" - 2:54
23."Rain" - 3:07
24."Strange Meeting II" - 4:27
25."Day Is Done" - 2:20
26."Come Into The Garden" - 1:59
27."Way to Blue" - 2:51
28."Do You Ever Remember?" performed by Molly Drake - 1:37
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Mirrorcreator
Fantástico!!! Amo Nick Drake e é bem difícil de achar a discografia realmente completa! =]
Muito bom. nick Drake é foda demais, e imagino a pressão que deve ter sentido ao resenhar. Foda!
Eu já tinha todos menos esse Family Tree. Tem um outro álbum importante de gravações caseiras também que tá faltando aí. Acho que o nome é Tanworth-In-Arden, ou algo do tipo. Nick Drake é uma das coisas que tenho um certo ciúme em mostrar a qualquer pessoa. Seria como jogar pérolas aos porcos.
Olá,
Criei o Nick Drake Brasil >> nickdrakebr.blogspot.com
Depois dá uma passada por lá!
Abs,
Haluysio
MUITO OBRIGADA =] fiquei contente por encontrar os cd's. um abração!!! :D