quinta-feira, 10 de maio de 2012
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Bandas Amigas #01 - Dream Into Dust, Dathura Suavolens e Hauke Henkel

8 comentários

É, o frio está dando boas vindas e nada melhor que uma feijoada completa (só pra constar, o nosso mascote é canibal) para aquecer nossas entranhas e mantê-las sempre saturadas em gordura. Pois bem, então eis que à partir de agora teremos feijoada toda semana, feijoada esta que nada mais é que um post onde reunimos as Bandas Amigas (aquelas lá que nos enviam seus discos), deixamos o som rolar, eu tento apresentar elas aos convidados e ao final do banquete o blog todo se junta para dar seus votos e até opiniões — é como se eu fosse um anfitrião, só que sem a parte de Zeus bimbando minha mulé.

Devo também alertá-los que este post anuncia o armagedom e será lembrado como "O dia em que o pessoal do Ignes Elevanium acessou seu e-mail". E pior que vocês possuem razão em dizer isso, pois apesar de acessarmos sempre nossos e-mails, é complicado ler e postar tudo que nos enviam. Mas enfim, eis que finalmente resolvi pegar tudo o que temos em nossa caixa de entrada (e teve até mensagens que foram parar no spam), filtrar e disponibilizar para todos os demais visitantes no formato de artigos (ou quase).

Serão em média três (3) bandas/projetos por post, e nem tudo poderá ser baixado — vai depender do tipo de obra e/ou se nos for liberado ao menos alguma MP3 —, mas prometo que sempre compartilharei aquilo que encontrar.


É uma forma de divulgação na qual damos total atenção àqueles que um dia entraram em contato.

Dream Into Dust

"Preferia sem o vocal, mas é um experimentalismo muito bom." — Áquila
"Achei que o vocal não caiu muito bem, mas é bacana!" — Násser
"Instrumental bem feito, eclético, um álbum inteiro deve ser foda."  —  Rômulo
"curti pacas o instrumental, muito bem feito mesmo, o vocal dá pra melhorar."  —  Forbidden

Mas como o papo tá ruim mesmo é melhor passarmos para o primeiro e-mail, que inclusive é um dos mais antigos estocados naquele ambiente inóspito que é nossa conta do Gmail. Nele uma banda muito, mas muito interessante de New York, EUA, esbanja uma sonoridade envolvente com um demonstrativo alternativo das influências que tomam conta do seu trabalho, tanto no que diz respeito à sonoridade quanto à parte visual observada principalmente nos videoclipes. Na sonoridade da Dream Into Dust temos uma base eletrônica e industrial, somada a elementos do rock/metal alternativo (nas quais bandas como Coal Chamber e Mindless Self Indulgence aparecem automaticamente na minha mente, e o vocal só reforça essa ~comparação~) com um apelo experimental que eu poderia dizer ser o grande diferencial.


Este lado experimental recebe muito apoio da própria proposta industrial/eletrônica, mas utilizam para ampliá-la instrumentos de plástico e verdadeiros 'brinquedos', como um Atari 2600 hackeado, uma guitarra de plástico sob a técnica do circuit bending e uma versão barata daqueles boombox super maneiros. As músicas variam de densidade, e temos no repertório desde músicas lentas, apoiadas pelo darkwave e shoegaze, até mais quentes e frenéticas, que podem ser relacionadas ao breakcore e metal que também alimentam a banda.

A Dream Into Dust não liberou nenhuma faixa para download gratuito (ou eu que não encontrei), mas independente disto não tenha dúvidas de que valerá a pena ouvir todos os releases, que estão disponíveis nos links oficiais (Youtube, Site,...).


"Excelente, dá um feeling sinistro. Só achei as músicas curtas, ou talvez eu preferiria sem silêncio entre as faixas."  —  Rômulo
"Véi, muito bom esse som! Gosto de música ritualística, e a banda fez muito bem aquilo que se propos a fazer."  —  Násser
"(...) pensei comigo "não deve ser tão medonho quanto eles dizem que é". Mas o foda é que é. E realmente, as músicas são curtas demais pro estilo ao qual se propõem."  —  Forbidden

Agora, este projeto interessante e ao mesmo tempo sinistro já deveria ter sido publicado há certo tempo, mas juro que não foi apenas procrastinação. Refiro-me ao curioso projeto Dathura Suavolens, que tem a igualmente curiosa proposta de fazer músicas para rituais. Não que 'músicas para rituais' me soe tão surpreendente — já que desde na religião candomblé até em cultos evangélicos o que vemos são manifestações ritualísticas, e todos pedem alguma música —, mas sim saber quem são as pessoas interessadas em fazer este tipo de música de uma forma criativa (‘criatividade’ determinou a seleção desta banda) e ainda mais para ritos tão discriminados que eles não só praticam como também usam como referência. Aliás, será que dá para sair da mesmice e, o que mais me interessa, ser audível sem a necessidade de participar de alguma espécie de ritual para que se tenha um prazer (ou desconforto)?


Bom, não posso, até por ser leigo, defender os demais projetos que, em teoria, dizem ter proposta semelhante ao Dathura Suavolens, mas sem dúvidas este em si carrega um bom leque de influências (na qual podemos citar Os Mutantes, Raul Seixas, Hexentanz, Sopor Aeternus e outras), abrangendo tanto os ritmos usados em diversos rituais de diferentes culturas (entre elas cantigas, catimbó, kimbanda) como o gênero dark ritual ambiente, que define seu som. O resultado das composições mostra liberdade de criação, mas sem desprender-se de uma linha lógica à proposta.

O projeto, que foi formado por membros de uma espécie de Coventículo de praticantes da Arte das Bruxas pela necessidade de criar e abranger a música ritualística, já conta com cerca de 5 releases (todos baixáveis) e, de acordo com sua descrição, algumas das músicas foram compostas com base em experiências psicotrópicas.

Hauke Henkel

"As músicas são muito boas, mas o vocal por cima estragou."  —  Áquila
"Original e ousado"  —  Rômulo
"gostei, as linhas de piano são muito bem feitas, o vocal é uma tentativa, e achei que até a parte "spoken word" estava ótimo, pena que o cara não ~sabe~ cantar. Mas sem dúvida dos 3 é o que mais achei profundo e intimista."  —  Forbidden

Por fim fomos convidados às gélidas regiões de Bremen, ao norte da Alemanha, para apreciar o som doce, porém majestoso de um piano. Ao seu comando está um rapaz que assina seus discos como Hauke Henkel e que parece não parar nunca, sempre em processo de criação, pois apesar de não parecer ser um músico conhecido, reúne uma quantidade considerável de releases. Suas músicas, que em grande parte apresentam uma sensação minimalista, carregam um toque experimental e por vezes parecem querer ser envolvidas por atmosferas mais inebriantes, até vanguardistas, e costumeiramente o músico também faz claras referências às obras eruditas mais complexas. Se não fosse o bastante, enquanto seus dedos deslizam pelas teclas, um russo descompromissado é ouvido em forma de canto, fala, resmungado/gemido ou mais afoito aos quase gritos, completando as composições e, ao lado de ocasionais elementos/instrumentos, determinando a ligação mais forte com o experimental.



Hauke Henkel parece ter uma boa base harmônica, isso fica claro ao ouvir, mas o piano somado à sua forma de cantar pode gerar estranheza, pois não soa perfeito, característica que não pode simplesmente ser considerada como ruim, pelo contrário, muitos irão encarar como um ótimo atributo.

Sua discografia está toda disponível para download, lá no BandCamp, mas um dos discos que mais gostei vocês podem ouvir no player acima (ou baixado aqui).


E agora que rufem os tambores para as notas:

JÚRI
Dream Into Dust
Hauke Henkel
Dathura Suavolens
7,5
8,0
7,0
8,5
7,0
7,5
7,0
9,0
9,0
9,0
5,0
8,0
8,5
7,0
7,5
7,5
5,5
7,0
8,0
6,0
5,0
7,5
8,2
9,0
7,5
8,0
9,0
Resultado
7,8
7,0
7,6



Então é isso, espero que tenham gostado. Tentarei melhorar no segundo post, então para isso ser mais eficaz mandem suas sugestões. Também avaliem as bandas aqui apresentadas para compararmos.

8 Responses so far.

  1. Putz, num é por nada não, mas o post ficou louco, parabéns!!!!

  2. Násser says:

    Muito bacana o formato do post, gostei!

  3. Áquila says:

    Cara, essa postagem foi sensacional!

  4. Tomara que esta seção tenha sucesso. Muito, muito bom mesmo! :o

    E devo registrar aqui o quanto adorei Dathura Suavolens. Uma verdadeira viagem, incrível!

    Se cabe sugestão, acho bacana deixar o download dos álbuns em destaque.

  5. Valeu pelos elogios, galera, e também por terem participado.

    Rômulo, eu estava pensando mesmo nisso, faltou destacar melhor o que pode ser baixado e tals.

  6. Trampo muito bem feito, espero que continue!

  7. Ariel C. says:

    Poxa, eu queria ter postado Dathura (cheguei a baixar a discografia e tudo)! ='{

    Enfim... Pelo proposta, pela minha paixão pelo assunto e por ser brasileira (vai...), eu daria "10"! :B

  8. É verdade, Ariel, a minha vontade também era de ver você publicando esta banda. Infelizmente não deu e eu tive de improvisar algo do meu jeito :B

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