Cá estamos com a segunda das três partes do top 30 discos lançados em 2012 na opinião do Pignes. A primeira parte você encontra aqui, e a subsequente sairá amanhã. Mantendo o jeitinho Pignes de ser, mais uma vez temos um resultado um tanto quanto bizarro em suas variações, da fofinha ame/odeie Lana Del Rey com seu pop chiclete, ao esporro sonoro sem precedentes praticado pelo Anaal Nathrakh, segue abaixo a seção intermediária deste ranking.
20º Lana Del Rey - Born to Die
Chamber Pop, Pop, Art Pop
Se você esteve no planeta terra em 2012 certamente já ouviu falar em Lana Del Rey. O buzz criado pelos singles “Video Games” e “Born To Die” deixaram todos ansiosos pelo lançamento do disco da moça. A estética anos 50 e a sonoridade que mistura o moderno e o vintage colocaram o nome de Lana como um dos mais citados na música pop em 2012. No ano que passou Lana foi amada, odiada, teve seu talento questionado, fez cover de Nirvana, foi alvo das criticas de Courtney Love, fez parceria com rappers, tocou em grandes festivais e lançou a ainda o ótimo EP Paradise. Born To Die é um disco que marcou o ano de 2012 e trouxe um novo gás á música pop em geral.
19º Crippled Black Phoenix - (Mankind) The Crafty Ape
Progressive Rock, Post-Rock, Art Rock
Mais um trabalho do super grupo colaborativo, onde álbum após álbum (aqui estamos no quinto), as influências foram se acumulando, do Folk ao Slowcore, passando pelo Art Rock e pela música barroca, agora chegamos num ponto que fica impossível determinar com clareza o estilo da banda, temos músicas que possuem a levada de um blues tradicional, á momentos de clara influência de trip hop e rock psicodélico. No final das contas o que temos é uma ópera rock ambiciosa, que em muito lembra ao Pink Floyd em seus melhores momentos, e que como não poderia deixar de ser pra um bom álbum de rock progressivo, é todo conceitual, as músicas se amarram e formam uma única grande história dividida em três atos.
18º Diablo Swing Orchestra - Pandora's Piñata
Avant-Garde Metal, Progressive Metal, Swing
Diablo Swing Orchestra há tempos se firmou como um dos maiores nomes do "Avant-Garde Metal", ou das misturas peculiares de jazz, ópera, swing, música clássica e claro o progressivo. E mesmo com toda a expectativa, não decepcionaram com aguardadíssimo “Pandora’s Piñata”, o terceiro álbum do grupo. Um disco que aposta em músicas cheias de grooves, riffs e melodias cativantes (bota cativante nisso), com muito peso por partes dos metais e baixo que deram um show ao longo do disco (Honey Trap Aftermath se destaca). Sendo assim os fãs de música estranha, nada ortodoxa e caótica, estão bem servidos por parte desses suecos malucos.
17º Curumin - Arrocha
Funk, Samba, Dub
Curumin ou Luciano Nakata, provavelmente um dos nomes em maior evidência dentro do circulo alternativo da música brasileira durante o ano de 2012. Já era consagrado como instrumentista no reduto da MPB, baterista e percussionista de grandes nomes como Vanessa da Mata e Arnaldo Antunes, finalmente lança seu terceiro álbum solo. Influenciado pelos Sound Systems jamaicanos, pelo Dub, ele mergulha de cabeça na música eletrônica, sempre flertando com suas influências de raízes, que adquirem roupagem nova, diferente, e chei de graves.
16º BNegão & Os Seletores de Frequência - Sintoniza Lá
Funk, Hip Hop, Dub, Soul
BNegão, uma das mentes pensantes do extinto Planet Hemp, retorna ao cenário musical junto com os Seletores de Frequência, após nove anos do lançamento de seu primeiro trabalho solo em âmbito independente intitulado "Enxugando Gelo". Assim como em seu antecessor, Bnegão passeia com propriedade sobre várias vertentes, que passam pelo soul, dub, funk, rap, samba e ainda com espaço para uma pitada de reggae. Fato que faz com que o trabalho de Bernardo Santos se sobresaia em um mercado que não possui essa gama de opções em um único artista ultimamente. Independente do tempo em que se levou para Bnegão mostrar ao mundo seu talento em um segundo trabalho, é incontestável que a cabeça e o corpo continuam na ativa, fazendo muita gente balançar e por que não, pensar.
15º Anaal Nathrakh - Vanitas
Black Metal, Industrial Metal, Grindcore
Um ano após o lançamento do álbum Passion, a dupla inglesa volta com mais um álbum violento e apocalíptico. Irrumator soa como uma máquina destruidora, permeando as composições com nuances eletrônicas que contrastam com um grind visceral, enquanto V.I.T.R.I.O.L, bestial como nunca, aparece usando sua versatilidade vocal como ninguém, de forma que completa o som que vem como uma porrada no estômago logo na primeira canção. As guitarras e melodias soam perfeitas, com solos maravilhosos, riffs extremamente brutais e inteligentes. A bateria programada na velocidade da luz, com blast beats intermináveis fecha com chave de ouro o instrumental impecável. Mais um trabalho que confirma a posição do Anaal Nathrakh como o maior nome do black/grind de todos os tempos.
14º Death Grips - The Money Store
Experimental Hip Hop, Industrial Hip Hop, Glitch Hop
"O Black Flag do Hip Hop". Mais um nome bem atual do Hip Hop, o trio californiano formado apenas em 2010, chacoalhou o mundo da música em 2012. Primeiramente com seu Money Store, aquele tipo de álbum que joga seu cérebro num liquidificador, extremamente agressivo, como pouco se vê no hip hop, cheio de noises, barulhos desconexos, experimentalismo puro. E se já não bastasse toda a atenção voltada para eles esse ano graças a grata surpresa que The Money Store causou com sua sonoridade completamente diferenciada, por motivos de discordâncias e brigas com a gravadora da qual faziam parte, resolveram vazar por si só o álbum No Love Deep Web, juntamente de uma capa nada agradável (NSFW).
13º Ana Tijoux
Latin Rap, Political Hip Hop, Conscious Hip Hop
Nascida na frança, mas radicada no Chile desde pequena, Anamaria Merino, mais conhecida como Ana Tijoux, lançou, no ano passado, o mais crítico e ousado de seus álbuns. La Bala tem como alvos a situação política do Chile e a desigualdade social afeita ao terceiro mundo, que são atacadas por meio de poderosas rimas, envoltas num flow enigmático: ao mesmo tempo truculento e delicado. O idioma espanhol ajuda: parece que nele as palavras se entrelaçam mais facilmente umas às outras. Com este disco, Tijoux pode ser considerada facilmente como a maior intérprete feminina da história do Hip Hop.
12º Anathema - Weather Systems
Progressive Rock, Post-Rock, Alternative Rock, Art Rock
Esses ingleses que saíram das trevas do Doom Metal e encontraram luz "musical" ao longo dos anos lançaram Weather Systems, um disco que tem quase todas as características desse "novo" Anathema em seus trabalhos mais recentes. Disco carregado pela atmosfera melancólica que eles nunca deixaram de lado, mas que de certa forma, soa mais alegre do que de costume, flerta menos no experimentalismo do Post-Rock e Ambient, e vaga mais claramente na linha do progressivo, as vezes um pouco psicodélico e até pop demais, mas no final das contas é um disco que faz o ano ficar mais belo e carregado de sentimento, de arranjos inspirados e belas melodias.
11º Cloud Nothings - Attack on Memory
Post-Hardcore, Indie Rock, Indie Emo
Cloud Nothings surge no grupo “gratas surpresas” da música alternativa nos últimos tempos, começou como um projeto de indie rock/lo-fi por Dylan Baldi que depois largou a faculdade para se dedicar a música de modo integral e montar um grupo completo. Inicialmente surge muito inspirado pela simplicidade das bandas dos anos 80~90 como o Guided By Voices, Dinosaur Jr., Sebadoh e até o Nirvana, fora óbvias referências ao garage dos anos 60. Mas agora, em Attack On Memory, parte dessa simplicidade é largada e dá abertura a fortes influências de post-hardcore, inserindo mais peso e experimentações, resultando em uma sonoridade bem mais densa.