País: Compositor e intérprete: Inglaterra
Ano: Da composição: 1692; Da gravação: 1979
Comentário:
É tendência minha procurar sempre as coisas mais dramáticas e melancólicas possíveis, mesmo que estejamos falando da música erudita. E foi numa dessas que descobri a maravilhosa melodia de Henry Purcell, intitulada O Solitude. Confesso que foi somente por causa dessa música que me interessei pelo resto de suas composições. Confesso, também, que não foi nada fácil encontrar este álbum que vos posto.
Porém, eu preciso deixar bem claro que, se você não estiver habituado a este tipo de música, terá uma certa resistência. E essa resistência muito provavelmente terá sua origem na técnica vocal utilizada. No caso deste álbum, as músicas são cantadas pro Alfred Deller, um famoso contratenor inglês. Contratenor é um tipo de canto exclusivamente masculino que tem como sua característica um registro agudo, geralmente conhecido apenas como falsete.
Sabendo disto e, portanto, estando ciente de que o que você ouve não é um vocal feminino (pois para ouvidos destreinados realmente parece ser), torna-se mais fácil apreciar toda a beleza empregada nestes cantos. Primeiro, pelas suas melodias que são belas e agradáveis, sempre calmas. Nota-se, também, que são músicas de composição até simples, porém, sem deixarem de ser complexas. Segundo, pela beleza de suas letras, composições que geralmente exaltavam a solidão, o espírito elevado, a nobreza da alma humana, odes à natureza e sua relação com o espírito humano.
A tais magníficas composições, deve-se a poesia que brotara durante a curta vida de Henry Purcell (apenas trinta e seis anos). Às vezes, parece-nos que a vida se diverte com as habilidades dos grandes gênios e toma-lhes seus instrumentos naturais apenas para testar-lhes até o limite. Tal como Beethoven e sua surdez progressiva, Purcell, que cantava no coral da Capela Real, ainda muito jovem adquiriu problemas com sua voz, o que o impediu de continuar cantando, mas não o impediu de compor jamais.
Por último, para tentar ser o mais breve possível, quero deixar apenas um trecho desta que é uma das mais belas músicas já compostas, tanto pela melodia, quanto pela poesia e pela mensagem.
O solitude, my sweetest choice! Places devoted to the night, Remote from tumult and from noise, How ye my restless thoughts delight! O solitude, my sweetest choice! O heav'ns! what content is mine To see these trees, which have appear'd From the nativity of time, And which all ages have rever'd, To look today as fresh and green As when their beauties first were seen.
Tracklist:
01. The Plaint - 07:32
02. If Music Be The Food Of Love - 02:23
03. I Attempt From Love's Sickness - 02:03
04. Fairest Isle - 02:48
05. Sweeter Than Roses - 03:22
06. Not All My Torments - 02:01
07. Thrice Happy Lovers - 02:53
08. An Evening Hymn - 05:06
09. From Roses Bow'rs - 07:14
10. O Lead Me To Some Peaceful Gloom - 02:56
11. Retired From Any Mortal's Sight - 02:55
12. Music For A While - 04:04
13. Since From My Dear Astrea's Sight - 03:59
14. O Solitude - 05:55
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