2012 se foi, 2013 chegou, o carnaval já ta aí, e o mundo da música não parou. O volume de álbuns lançados mensalmente está cada vez maior, e tentar acompanhar mesmo que seja uma pequena parte do que sai de melhor ou mais relevante se mantém tarefa árdua, por isso esse porquinho tentará ajudar vocês com isso. No início de cada mês teremos uma versão especial do Drops de Bacon, reunindo os melhores e mais relevantes lançamentos referentes ao mês anterior. Obvio, provavelmente muita coisa vai passar em branco, mas fique a vontade para nos lembrar, sugerir ou recomendar nos comentários.
Para mostrar que assim como 2012 que foi um ano incrível para música, 2013 também se mostra forte com diversos lançamentos respeitáveis. O metal aparece muitíssimo bem representado com o trampo novo do Cult of Luna, uma das melhores bandas do metal contemporâneo, assim como pelo Voivod e seus 30 anos de metal progressivo sem jamais errar a mão. Falando em progressivo, Steven Wilson e Riverside apresentam seus novos discos que estão impecáveis, e ainda tem Tomahawk, a super banda do Mike Patton, nomes que já podem ser considerados clássicos como Bad Religion, Mogwai e Yo La Tengo, mas sem esquecer do espaço para bandas novas e promissores como Iceage, A$ap Rocky, This Town Needs Guns e And So I Watch You From Afar.
Chega de enrolação, se liguem nas nossas recomendações de Janeiro.
And So I Watch You From Afar - All Hail Bright Futures
Math Rock, Post-Rock
Muito mais Math e menos Post do que seus antecessores, o And So I Watch You From Afar abre mão de das faixas longas e faz um som mais direto, mesmo que mais progressivo do que anteriormente. De forma geral o álbum é carregado por melodias alegres lembrando bandas japoneses como LITE, porém menos voltado ao ambient e mais carregado de distorções e guitarras pesadas, além de desta vez, apostar no uso de vocais e alguns adendos eletrônicos.
A$AP Rocky surgiu em 2011, juntamente ao boom daquilo que chamam de "hapster", foi mais ou menos aquele momento que Tyler e sua Odd Future chacoalharam o mundo da música. Aproveitando o momento, lançou sua mixtape que também recebeu boa atenção da mídia. A verdade é, A$AP tem uma produção excelente, beats da melhor qualidade, e um flow bem digno, porém suas letras são completamente imbecis, se isso não for o suficiente para te afugentar, é possível desfrutar de um álbum de hip hop razoavelmente bom.
Longevidade define o Bad Religion, os californianos que são simbolo do hardcore melódico em seus 34 anos de carreira jamais passaram por um grande hiato e mantém uma constante de lançamentos como se ainda fossem uma banda jovem cheia de energia. A verdade é que o gás aqui é o mesmo de 25 anos atrás e True North vai direto ao ponto, hardcore carregado de melodias que remete aos melhores tempos da banda como na época de Against the Grain e Generator.
Cinco anos separam o lançamento de Vertikal do seu antecessor; Eternal Kingdom, mas a espera valeu, o metal progressivo formado pela junção do lado visceral do Sludge Metal que contrasta com elementos do Post-Rock estão de volta, desta vez inspirados pelo filme Metrópolis demonstram influências que se apresentam nitidamente tanto na parte gráfica do trabalho, como na lírica e musical, além de apresentarem uma faceta nova, carregadas de influências de música eletrônica surgidas de vertentes distintas, desde o Kraut e Industrial, passando até pelo Dubstep.
Jazz Psicodélico, Big Band Experimental, Free Jazz, Avant-Garde Jazz, são diversas as tags possíveis para classificar Exit! O trio sueco Fire! é formado pelo baixista Johan Berthling, pelo grande saxofonista Mats Gustafsson e pelo baterista Andreas Werliin, e são completamente hiperativos tendo feito diversas grandes parcerias recentemente e fruto disso, ótimos trabalhos. Não digeri Exit! completamente, é preciso mais tempo, mas aparenta ser o melhor trabalho do trio que dessa vez se junta a uma Big Band e prova que o Jazz se mantém vivo.
Pode se dizer que o Foals é responsável por praticar um Indie Rock de qualidade, o quinteto britânico apesar de ser comumente enquadrado no nicho "Indie", felizmente não prática um som pré-fabricado e preguiçoso como o da maior parte das bandas do gênero, e desde seu debut apresenta influências diversas colhidas em campos como o post-rock, math rock e também o post-punk, nada inovador de fato, mas é um som digno no meio de uma vertente saturada de de bandas mediocres.
Interessante notar como bandas que tiveram seu auge poucos anos atrás durante o grande boom do Metalcore e Post-Hardcore e que agora amargam uma certa irrelevância como o As I Lay Dying, o Underoath e agora o Funeral For A Friend estão lançando os melhores discos de sua carreira. Não há nenhuma novidade, são discos sem impacto visto que a sonoridade já está datada, mas ainda assim estão mais coesos, talvez seja a tal de maturidade musical.
Uma das gratas surpresas do mês de Janeiro foi esse segundo álbum do Iceage. O grupo de moleques dinamarqueses que lançaram um interessante debut em 2011 com um post-punk bem estranho e assimétrico, voltou dessa vez nervoso e acrescentando ao seu post-punk boas doses de hardcore, lembrando muito as bandas de hardcore pós-86. Uma mistura de instrumental veloz e distorcido como no hardcore, com as particularidades próprias que eles criaram em seu álbum anterior, com um vocal de post-punk mais agressivo do que de costume, é isso que te espera em You're Nothing.
É verdade que o Mogwai já tem seu nome e sua contribuição para o curso da música mais do que feita, mas ainda assim lançam discos expressivos até hoje, o que não é o caso deste EP. Apesar da bela capa, Les Revenants é parte da trilha sonora de uma série televisiva francesa, e o fato é, não é ruim, mas as 4 faixas do EP são completamente esquecíveis perto de quem um dia criou músicas como "Mogwai fears Satan" e "Like Herod".
O Riverside sempre sofreu comparações diretas com o Porcupine Tree, enquanto o grupo inglês se sagrava um dos grandes nomes do rock progressivo contemporâneo, na Polônia surgia o Riverside, mas a cada álbum que lançaram se mostraram que podiam ser mais do que uma mera sombra ou objeto de comparação, tinham personalidade própria para criar grandes álbuns, e isso se repete em Shrine of New Generation Slaves. Assim como no trabalho mais recente de Steven Wilson, são diversos os elementos que homenageiam os anos 70, mas ao mesmo tempo soa moderno, tem peso e experimentações o suficiente pra ser um álbum bem interessante e nada sonolento como pode acontecer com muitos discos de rock progressivo.
Steven Wilson - The Raven That Refused to Sing (And Other Stories)
Progressive Rock, Jazz-Rock, Art Rock
Enquanto o Porcupine Tree não produz nada novo desde The Incident de 2009, Steven Wilson está mais ativo do que nunca com seus inúmeros projetos e sua carreira solo. Um disco um tanto quanto refinado que soa quase como uma homenagem ao prog dos anos 70 que tanto influenciam Steven, mas ainda assim tendo toques bem modernos, e de sonoridade bem melódica, além de ser até então o trabalho mais puxado para o Jazz de sua carreira. The Raven That Refused To Sing é um dos discos mais pretensiosos da enorme discografia de Steven, não que isso seja ruim visto que ele alcança as expectativas, é um grande álbum.
Soando como uma mistura simpática entre Toe e Sunny Day Real Estate, pode ser dito que o This Town Needs Guns trabalha em um tipo de pop/rock, claro que de um jeito bem único. Essa mistura entre o Math Rock e o Emo gruda fácil, tornando o disco de fácil assimilação, mesmo que 13.0.0.0.0 esteja abaixo da qualidade de Animals e de seu álbum auto-intitulado. Vale a ouvida para aqueles que desejam algo fácil, bem feito, ou para os já admiradores da banda.
A expectativa para o novo do Tomahawk era alta, afinal, uma banda formada por Mike Patton (Faith No More e outros inumeros projetos), John Stanier (Battles, Helmet), Kevin Rutmanis (Melvins) e Trevor Dunn (Melvins, Mr. Bungle) é de se esperar muita coisa. Com 4 álbuns nas costas, praticam um rock alternativo que obviamente não poderia deixar de ser carregado de experimentalismo visto o background de todos os integrantes, e é isso que realmente acontece, ainda que o experimentalismo esteja bem menor do que em seu antecessor Anonymous, tornando Oddfellows bem mais acessível.
Um dos gêneros em boa evidência atualmente é a tal da "Neo-Psychedelia", grande parte é dispensável, mas o Unknow Mortal Orchestra faz um som retrô, com toques de psicodelia que por vezes te fazem viajar para os anos 60 ou remeter a Beatles. É um pop razoavel, agradável, não soa repetitivo, possui uma boa variedade de canções que percorrem o disco, se procura algo de fácil assimilação, pode ser uma boa tentativa.
Em tempos onde o My Bloody Valentine dá luz ao seu mítico terceiro álbum após apenas 22 anos do lançamento de sua grande obra-prima, Loveless, um conjunto de bandas japonesas (que inclui o excelentíssimo Boris no meio) decidiram homenagear os irlandeses regravando o Loveless por inteiro. Algumas bandas mantiveram a faceta original da canção interpretada como o próprio Boris que mantém Sometimes sendo um denso Shoegaze, ao mesmo tempo que outras como a Goatbed apresenta uma roupagem completamente diferente (nesse caso lembrando mais Daft Punk do que o próprio MBV).
Em 2005 o principal compositor, guitarrista e fundador desta banda, Denis “Piggy” D´Amour, falecera deixando dois trabalhos prontos (“Katorz” e “Infini”), que foram lançados postumamente. Com isso veio a dúvida do que seria Voivod sem sua principal peça. Essa dúvida desaparece após a audição de Target Earth que nos trás um grupo forte, coeso e pesado, nos remetendo a fase mais agressiva dos anos 90. Tal energia pode ser creditada ao novo guitarrista “Chewy”, que tem uma pegada death metal, e ao baixista original Blacky, que assumiu a responsa de manter a solidez da carreira de uma lenda do prog metal. Com riffs de guitarra mais crus, uma cozinha na medida e um vocal áspero, Target Earth é o grande lançamento do metal até agora. Imperdível, e para aqueles que tinham alguma dúvida, sim existe vida após Piggy.
Parece que o revival do Death Metal Old School realmente está com tudo. E isso é excelente. Não faz muito tempo em que o Death Metal estava numa de "quanto mais rápido e técnico melhor", e particularmente acho isso sacal, não há tesão em ouvir uma bateria que parece mais um metrônomo. O lance é, as bandas estão voltando a tocar de forma mais lenta e intensa, e o Vorum demonstra bem isso. Grupo finlandês que nesse debut, remete ao melhor da cena Death Metal nórdica de bandas como Entombed e Incantation.
Veteranos do Indie Rock com quase 30 anos de histórias, o Yo La Tengo que já experimentou de diversas formas, passearam pelo noise, pela psicodelia, pelo slowcore e shoegaze, dessa vez retornam ao pé no Dream Pop e lançam um disco mais sutil e certinho do que o estranho Yo La Tengo de outrora, mas mantém a qualidade, produz excelentes texturas e fazem um disco coeso.
>> Layout novo, ainda com incompatibilidades. Blog melhor visualizado em resolução de 1280 x 1024, mas pretendemos tornar este funcional em TODAS as resoluções.
>> Encontrou algum post off? Avise no chat e logo reupamos.
>>Se sentiu ofendido ou discorda do uso de qualquer material de sua propriedade neste blog? Nos avise pelo email pignes@pignes.com e então providenciaremos a deleção do conteúdo imediatamente.
If you felt offended or disagree with the use of any material of your property on this blog, let us know through pignes@pignes.com and we will provide the deletion of the content immediately.
uilso.rar
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk