País: Estados Unidos
Ano: 2013
Comentário: Já estão ficando meio batidas as introduções a resenhas musicais que abordam o poder latente que possui a grande rede em revelar novos artistas se usada da forma correta. Odeio incorrer em clichês, mas se o assunto é o rapper oriundo do estado de Maryland, que adotou Logic como alcunha, não há como fugir da raia do lugar comum: Sir Robert Bryson Hall II, seu nome de nascença, fez seu nome através da Internet, porque soube usá-la muito bem a seu favor.
Escrevendo rimas desde os treze anos de idade, lançou sua primeira mixtape em 2010, intitulada Young, Broke and Infamous, em formato digital e de forma independente. Usando das redes sociais, seus sons chegaram aos ouvidos de Chris Zarou, dono do selo independente Visionary Music Group. Sob a tutela desta gravadora, iniciou aquela que seria a série que o catapultou a um novo nível: Young Sinatra.
A primeira das mixtapes com este título saiu em 2011, e assim o foi de modo experimental: o selo se comprometia a divulgar o trabalho e, a depender do feedback da crítica e público, daria mais oportunidades ao jovem rapper. O resultado foi ótimo, o que gerou um contrato oficial com a gravadora. Dessa avença surgiu Young Sinatra: Undeniable, espécie de sequência do primeiro disco na qual, mais uma vez, ao fazer um paradoxo com a vida do ícone Frank Sinatra, retrata sua trajetória, desde a infância até os primeiros retornos de reconhecimento de seu trabalho duro.
A vitrine foi espetacular e trouxe um fruto que o artista não esperava colher tão cedo: assinou com a Def Jam Recordings, sub-selo da Universal Music, focado no Hip Hop e música urbana, e que seu álbum de estreia seria produzido por ninguém menos que No I.D., produtor que já colaborou com nomes como Kanye West, Jay-Z, Nas e Common. O fato de ter alçado um novo degrau não o impediu de liberar, mais um vez, gratuitamente, um novo trabalho, o fechamento da triilogia que iniciou dois anos antes.
Young Sinatra: Welcome to Forever fala, na maior parte do tempo, exatamente sobre essa subida repentina; sobre como em um dia ele era um garoto franzino que rimava por hobbie e que, num piscar de olhos, estava conhecendo um ídolo, como Nas, que ao lhe apertar as mãos lhe disse que acompanhava seu trabalho e cantou alguns de seus versos. As crônicas escritas pelo rimador demonstram grande habilidade com as palavras, coisa que falta num mundo em que Pitbull, 2Chainz e Lil Wayne disputam o grammy de melhor álbum de Rap.
Pode não ser uma mixtape fora de série, mas é música de qualidade, com dois diferenciais, capazes de fazer com que o ouvinte se regozije ao ouvi-la: o primeiro é o de que mesmo depois de ter dado um passo importantíssimo rumo à fama e à estabilidade financeira, o rapper não esqueceu de onde veio e brindou seus fãs com mais rimas gratuitas, o que é por demais louvável numa época em que se discute a moralidade em se baixar músicas pela Internet. É a chancela do própria artista no sentido de que não fosse a grande rede e o compartilhamento que ela permite, ele não teria chegado lá. E o segundo ponto é exatamente o fato de ele ter conseguido: quase todas as letras inspiram o ouvinte a alcançar também os seus sonhos, seja lá quais forem. Um puríssimo exemplo de gratidão rimada.
(LastFM)
Tracklist:
- Welcome To Forever (ft. Jon Bellion) (Prod by 6ix)
- 925 (Prod by Swiff D)
- Roll Call
- 5AM (Prod by C-Sick)
- Break It Down (ft. Jhene Aiko) (Prod by C-Sick)
- Feel Good
- Saturday (skit) (ft. John Pops Witherspoon)
- On The Low (ft. Kid Ink, Trinidad Jame$) (Prod by Swiff D)
- Walk On By (Prod by C-Sick)
- The Come Up (Prod by 6ix)
- Nasty (Prod by Don Cannon)
- Life Is Good (Prod by Key Wane)
- Randolph Returns (skit)
- Ballin (ft. Castro) (Prod by Arthur McArthur)
- Young Jedi (ft. Dizzy Wright) (Prod by 6ix)
- The High Life (ft. Elijah Blake) (Prod by Kevin Randolph)
- Common Logic / Midnight Marauder (Prod by C-Sick, Logic)
- Just A Man (Prod by Kevin Randolph)
- Man Of The Year (Prod by NO ID)
- The End (Prod by Kevin Randolph, C-Sick)
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