quinta-feira, 11 de agosto de 2016
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As Bahias e a Cozinha Mineira - Mulher

1 comentários


Gênero: MPB / Rock / Blues
País: Brasil
Ano: 2015

Comentário: Tirando a poeira do teclado, aqui estou, depois da metade desse conturbado ano de 2016, me colocando novamente a serviço desse blog que eu não consigo deixar de amar. Bem, então vamos lá, pra não perdermos o fio da meada e etc. As Bahias e a Cozinha Mineira veio até mim pela indicação de um amigo, aliás, Gilson, muito obrigado.

Mulher, primeiro registro do grupo carrega uma infinidade de referências que eu amo: passa pela catarse que é o Johnny Hooker, a força de Gal Costa, o encanto que é a Amy, a musicalidade regional nordestina, tropicália, brasilidade e afins, Assucena Assucena e Raquel Virgínia conseguem com seus vocais transmitirem tamanha visceralidade e entrega que me fizeram tirar a bunda da cadeira e vir escrever um pouco desse álbum aqui, mesmo que eu esteja enferrujado para isso.

A sonoridade da banda tem muito dos ritmos musicais nordestinos, destaque para Esperança no Cafundó um xote lindo demais, bem ritmado, que dá vontade de sair dançando por ai -  que ainda conta com uma sanfona e um vocal bem tristonhos lá do meio pro fim, caindo para um ritmo bem balançado, que nasce de ótimas cordas e se encaminham prum final bem melódico e que se une a uma guitarra um tanto experimental da faixa seguinte, Lavadeira Água, que apresenta uma percussão advinda do maracatu, aliás, configurando numa ótima passagem do álbum, vale ressaltar.

A música que abre o álbum Apologia ás Virgens Mães é uma das músicas mais belas que ouvi esse ano, seja em ritmo ou poesia. Não consigo descrever em palavras o que essa música me causa, mas ela me entorpece de uma maneira, acalenta, acalma, mas também revolta, inquieta: arrisco-me a dizer que foi a melhor escolha da banda em iniciar o álbum com ela: é forte, mostra variedade musical, uma letra bem construída, apresenta lindas referências e o melhor, já encanta a primeira ouvida, pelo menos para mim funcionou.

Sendo nós, do país que mais mata travestis e transexuais, Mulher se coloca como local de destaque no enfrentamento desse número horrível, já que a banda conta duas mulheres trans nos vocais, o álbum se faz resistência poética diante do mundo em que vivemos. Tendo em suas letras um forte teor político e feminista em suas composições, revelando nas camadas de seus textos as chagas de ser mulher hoje no Brasil. O álbum vai do carnaval ao político sem nunca perder o tom, sem nunca perder sua estética.

Destaco ainda no álbum a melódica Uma Canção Para Você - Jaqueta Amarela, a dolorida Melancolia (o início instrumental da música é, puta merda, uma das coisas mais lindas e doloridas do álbum), a experimental e já citada Lavadeira Água e a essencial Apologia ás Virgens Mães.



Tracklist:
01.Apologia às Virgens Mães
02.Josefa Maria
03.Lata d'água na cabeça
04.Esperança no Cafundó
05.Lavadeira Água
06.Ó Lua
07.Comida Forte
08.Foi
09.Uma canção pra você
10.Melancolia
11.Mãe Menininha do Gantois
12.Fumaça
13.Reticências

Ouça: Spotify

One Response so far.

  1. Elias says:

    Estou me perguntando como encontrei esse blog somente agora. Tem tanta coisa legal. Pena que não tem novos conteúdos. Eu realmente gostei do que encontrei aqui.

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