País: Inglaterra
Ano: 1974
Comentário: Este é o segundo álbum desta maravilhosa banda de progrock que já nasceu experiente, tendo em sua formação inicial ótimos músicos, muito feeling, criatividade transbordante, ... mas ainda assim o destino insistiu em deixá-la num degrau inferior — no sentido de popularidade — na escada do rock progressivo.
Quanto ao álbum, Mirage é o segundo disco e provavelmente o mais lembrado (embora só no The Snow Goose a atenção da mídia fora maior), se tornando um marco na história da banda e dos amantes do rock progressivo. É um dos discos mais curtos da banda, em relação a quantidade de tracks, mas quando o colocamos para tocar notamos que está mais para oceano que para riacho. São cinco faixas de extrema magia, como se fossemos sugados para um mundo paralelo devido à peculiaridade daquele som. Apenas cinco faixas foram necessárias para criar um novo mundo fantástico. Destas cinco, três são consideravelmente longas, superando qualquer outra 'sequencia' futura de outros discos, na qual destaco a "Lady Fantasy: Encounter/Smiles for You/Lady Fantasy", que não somente chama atenção pelos seus 12:45 minutos, mas pela montanha russa de sons, idéias, sentimentos, ...simplesmente uma das minhas favoritas DO GÊNERO, que chega após você já ter ouvido as quatro anteriores, dando um tapa na sua cara de pseudo-crítico musical (estou incluso). Mas claro, todas as outras são belíssimas e complexas, como "Freefall" que abre bem o disco; "Supertiwister", composição maravilhosa, porém calma; "Nimrodel/The Procession/The White Rider", com seus 09:18 minutos, a segunda maior do disco, o que significa também uma viajem maior (e maior será ao sabermos que ela foi baseada nos livros de "O Senhor dos Anéis"); e por fim a penúltima, "Earthrise", que inicialmente tem um aspecto mais etéreo, perdendo espaço para a agitação em breve.
A banda em si, se comparada com outras do estilo, é bem mais calma e mantêm essa atmosfera mesmo nos momentos mais explosivos, e isso fica mais evidente nos vocais, que quase nunca se exaltam. Isso é, quando aparecem, pois Camel dispensa os vocais em várias e várias passagens.
Um projeto que funciona por inteiro e normalmente tende a apresentar todos os instrumentos juntos, dando mais atenção para uns ou outros em determinados momentos, como pedir a composição, porém sem enormes solos e fritações a la Deep Purple em seus shows.
PS: Esse post é antigo, eu sei, mas está com novos links e uma resenha totalmente refeita.
Formação do álbum:
Andrew Latimer: Guitarra, flauta, vocais
Peter Bardens: Teclados
Doug Ferguson: Baixo, vocais
Andy Ward: Bateria
Camelo progressivo, lol.