País: Chile / França
Ano: 2012
Comentário: Feministas, acalmem-se. A consideração que vocês estão prestes a ler neste parágrafo introdutório pode até transparecer um cunho machista, mas, em verdade, não o revela em sua essência. O fato é que, geralmente, as fêmeas do mundo do Hip Hop não fazem um bom trabalho. Não porque o fato de produzirem estrogênio determina que elas sejam inferiores aos varões, mas sim porque, ainda que possuam talento, geralmente decidem se enveredar por campos supérfluos na hora das rimas. Foi assim com Ciara, Tenile, Princess Superstar e Gangsta Boo, por exemplo, e mais recentemente - mais próximo à nossa realidade também -, vemos Karol Conká, de terras brasileiras, que iniciou bem, mas já deu mostras que suas letras residirão no campo do romance barato e das festas. Frise-se que este tipo de música é muito eficaz ao que se propõe, mas não é o suficiente para agradar aos fãs do verdadeiro Hip Hop.
A francesa Anamaría Merino - de origem chilena, e que nesse país latino resolveu viver desde sempre -, entretanto, não se deixou seduzir pelo caminho fácil. Sob o pseudônimo de Ana Tijoux, fez parte, a partir de 1997, do coletivo Makiza, com o qual lançou três álbuns antes de se desvincular em carreira solo. Por si só, lançou Kaos, em 2007, e 1977, em 2007, sendo que o terceiro registrou saiu no início deste ano.
La Bala é, com certeza, o mais crítico de seus álbuns - traço que sempre foi marcante em suas rimas, mas que agora ganha contornos mais fortes. A situação política do Chile e a desiguldade social afeita ao terceiro mundo são alvos certeiros de suas poderosas rimas. Logo na faixa título, a violência fica estampada de maneira crua, num flow enigmático: ao mesmo tempo poderoso e delicado. O idioma espanhol ajuda: parece que nele as palavras se entrelaçam mais facilmente umas às outras.
Pela aula de temática, e pelo tino afiado para metralhar os problemas da sociedade, considero Ana Tijoux a melhor rapper feminina de todos os tempos, talvez a maior rapper latina também, e a coloca à frente de muito macho metido a MC por aí. Não é porque ela é mulher que eu deixarei de reconhecer seus méritos, e não é por isso também que a coloco num patamar superior. É pelo seu incontestável e envolvente talento.
La Bala é, com certeza, o mais crítico de seus álbuns - traço que sempre foi marcante em suas rimas, mas que agora ganha contornos mais fortes. A situação política do Chile e a desiguldade social afeita ao terceiro mundo são alvos certeiros de suas poderosas rimas. Logo na faixa título, a violência fica estampada de maneira crua, num flow enigmático: ao mesmo tempo poderoso e delicado. O idioma espanhol ajuda: parece que nele as palavras se entrelaçam mais facilmente umas às outras.
Pela aula de temática, e pelo tino afiado para metralhar os problemas da sociedade, considero Ana Tijoux a melhor rapper feminina de todos os tempos, talvez a maior rapper latina também, e a coloca à frente de muito macho metido a MC por aí. Não é porque ela é mulher que eu deixarei de reconhecer seus méritos, e não é por isso também que a coloco num patamar superior. É pelo seu incontestável e envolvente talento.
[ Site Oficial / MySpace / LastFM ]
Tracklist:
- "La Bala"
- "Shock"
- "Desclasificado"
- "Sacar La Voz"
- "El Rey Solo"
- "Quizas"
- "Si Te Preguntan"
- "Las Cosas Por Su Nombre"
- "Mi Mitad"
- "Las Horas"
- "Volver"
Download:
Bayfiles / Deposit Files / Mediafire
Já havia ouvido uma centelha de seu som no Manos e Minas (TV Cultura), e realmente a garota arrebenta. Sobre o espanhol, mais que o sotaque, seu berço-cultural está presente também nas batidas, e isso é um diferencial estupendo.