Barulho, mormaço e tempo abafado: esta é a descrição de um dia comum na cidade de São Paulo. Multiplique por dois o ''barulho'': esta é a descrição da noite de ontem no Centro Cultural São Paulo (comumente chamado de Centro Cultural Vergueiro, por estar exatamente ao lado da estação de trem supracitada), que aliás, é um lugar interessante à beça! Logo ao chegar no local, me deparo com pessoas estudando, lendo, jogando xadrez e- MEL DELS- dois guris jogando Yu- Gi- Oh. É um lugar que irei bater cartão daqui em diante, vide os eventos que sempre rolam por lá.
Noite passada foi a vez da banda paulistana Elma, juntamente com o músico ''chicaguense'' Kevin Drumm (que, para minha surpresa, é um fã de Black Metal segundo o Wikipedia) para redobrar o clima caótico da noite de sábado. Elma vem com seu Sludge e pitadas de Drone, ainda que bastante enérgico; e Kevin Drumm, ao contrário do que imaginei, se apresenta separadamente, com uma performance única e uníssona com seu já conhecido Noise/ Drone.
ELMA
O local do show foi uma biblioteca, que não se parecia com uma biblioteca. E como eu já devo ter comentado por aqui antes, é muito, mas muito estranho ver um show de Metal sentado em cadeiras, chega a ser incômodo, ainda mais pela quantidade de gente que lá estava: muitas pessoas que procuravam o melhor jeito de se acomodar naqueles bancos.
Bem, com alguns minutos já além das 20h da noite, o Elma entra no palco e, com rápidas olhadas para a plateia, de forma repentina manda o primeiro som da noite, Agente, de seu primeiro álbum de estúdio. Aliás, de seu LP de estúdio, o que fez a alegria dos fãs da bolachona naquela noite. O som da banda é um Sludge estático, ainda que com uma sonoridade mais livre, mais voltada pro hardcore e pro experimental. O baixo é inserido de forma bastante escancarada, com um timbre muito forte e destacado; a bateria de Fernando Seixlack se alterna em momentos bem cadenciados e outros no tradicional ''tupa-tupa''; e as guitarras, que na maioria das vezes mostram desnecessárias serem duas, destilam riffs numa afinação baixíssima, ora em melodias mais brandas e -me arriscando a dizer- numa pegada que remete diretamente a bandas de Sludge/ Post Rock.
Emendando com a primeira música, a banda toca Retrogosto, também de seu LP, na qual a repetição das notas vomitadas pelas seis cordas de Bernardo Pacheco e Paulo Cyrino é constante. Emendando novamente, como se a ideia fosse juntar as três músicas numa só, a banda toca Vatarno com uma atmosfera bastante próxima do Drone; e então o baixista Ricardo Lopes dá uma brecha pros agradecimentos. Em seguida tocam Fat Breath (vídeo abaixo), cujo destaque- além das notas dissonantes no início da música- é a passagem de bateria, repetitiva, que serve de base para a maluquice engenhada pelas guitarras.
A essa altura, já eram 20:40, como anunciou o simpático radialista que invadiu no meio do show. Explicando melhor a história: havia um rádio no palco, sabe- se lá onde exatamente, que a certa hora começou a tocar forró universitário- o que gerou boas risadas.
A única canção não presente no Elma LP é James Bronson. Após mais três músicas do debut da banda, eis que vem o maior destaque da noite: Smagma, com um riff poderosíssimo e pesado, que fez com que algumas pessoas que estiveram o show inteiro parados em seus bancos balançassem suas cabeças em movimentos curtos e tímidos. Essa música em especial possui uma atmosfera bastante peculiar e contrastante, já que o riff incial é, de certa forma, sombrio, e as melodias que se seguem são bastante vivas e agitadas, e de novo entram em contraste com as melodias finais. De forma repentina e breve, a banda sai do palco e entra o já conhecido no meio Noise Kevin Drumm.
Setlist:
1- (instrumental)
2- Agente
3- Retrogosto
4- Vatarno
5- Fat Breath
6- James Bronson
7- Zoltan Ri
8- Busca
9- A Parte Elétrica
10- Smagma
KEVIN DRUMM
Ao ver o flyer do show e ouvir algum material do artista estadunidense, logo pensei que o Elma iria se apresentar com Drumm nos samplers e que seria um show em conjunto- e qual foi minha surpresa ao ver o Elma se retirando rapidamente para que Kevin Drumm assumisse sua cadeira. Com total concentração e auxiliado de sua aparelhagem, Drumm iniciou seu show com muito Noise e Drone, o que fez com que várias pessoas se retirassem naquele instante. Mas ainda com a casa cheia, as camadas de som faziam as paredes rangerem - e não poucas vezes, Drumm pediu aos técnicos para que abaixassem o volume. Durante um bom tempo o som foi intenso, recheado por um clima sombrio ainda que com alguma melodia por cima, e após longos minutos, o som se esvai de súbito, permanecendo apenas a base que logo também some.
E assim foi a noite de sábado de setembro, atraindo um público que variou entre crianças, jovens e (ah diabos, não encontrei palavra mais adequada) gente 'mais velha'. E agora é esperar até o próximo show na cidade da garoa.
Cara, é com muita alegria que eu vejo que os posters de shows aqui no Brasil começam a seguir a fórmula gringa, de botar uma arte mesmo, e não simplesmente a foto ou logo da banda. Muito bom.
O rádio na real não tava no palco, era o amplificador de um dos guitarristas que tava pegando a frequência... tanto que não tinha como parar, só tirando o troço da tomada mesmo. Os shows foram absurdos, mas o rádio foi o grande, pra mim! ahahah
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Cara, é com muita alegria que eu vejo que os posters de shows aqui no Brasil começam a seguir a fórmula gringa, de botar uma arte mesmo, e não simplesmente a foto ou logo da banda. Muito bom.
caras, eu não conhecia esse elma, busquei uns videos no yoube, acabei achando o disco no bandcamp
uau! q pedrada hein
Sim hahaha eu sempre invejei a visão que essas bandas de Sludge e Drone têm pra fazer flyers rs
Os do Sunn O))) são uns dos mais fodas :P
O rádio na real não tava no palco, era o amplificador de um dos guitarristas que tava pegando a frequência... tanto que não tinha como parar, só tirando o troço da tomada mesmo. Os shows foram absurdos, mas o rádio foi o grande, pra mim! ahahah
Poutz asuhaushuahsuas foi épico aquelas paradas da banda alternando com os forrós. hahahaha