terça-feira, 26 de janeiro de 2016
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Gnaw Their Tongues & Dragged Into Sunlight - N.V.

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Gênero: Black/Doom Metal/Noise
País: Holanda / Reino Unido
Ano: 2015

Comentário: Dragged Into Sunlight uma banda de Black/Doom Metal das mais doentias, com vocais rasgados, cadencias pesadíssimas e com um pé no Grind. Gnaw Their Tongues, por outro lado, é o nome com o qual Maurice de Jong, ou Mories, como se auto-intitula, executa um dos mais obscuros formatos de Noise, um Dark Ambient desconcertantemente variado, imersivo e mórbido. N.V. é a mistura dessas duas vibes que simplesmente nasceram pra que essa união acontecesse.

Em 2011 as duas entidades se uniram, inicialmente como uma forma de tributo ao Godflesh e seu seminal Industrial. N.V. é o debut dessa colaboração, fruto da edição de mais de três horas de material em pouco mais de meia hora de disco. O Dragged Into Sunlight tem por hábito usar diálogos de serial killers e assassinos em suas músicas (não necessariamente uma novidade no Metal), mas nesse álbum é que realmente esses diálogos encaixam perfeitamente com a música. A forma fria e metódica que se ouve falar da morte pela boca de criminosos bárbaros é exatamente a atmosfera do disco. Algo tão extremo que parece errado, mas ao mesmo tempo artisticamente prazeroso pra aqueles que se interessam por esse nível de obscuridade.

A união das duas bandas é tão fantástica que praticamente nada se perde de nenhum dos dois lados - as músicas seguem essencialmente a mesma fórmula de sempre do Dragged Into Sunlight ao mesmo tempo que soam completamente sinceras e coerentes com o Noise sinistro do Gnaw Their Tongues. A bateria come solta, dando trégua apenas nas partes mais cadenciadas onde o peso absurdo das guitarras gravíssimas tomam conta. As guitarras vem acompanhadas de sons bizarros, nauseantes e hipnóticos do Dark Ambient, abusando de dissonâncias para dar mais ênfase ainda na atmosfera obscura.  Enquanto isso, os vocais estrangulados do Dragged Into Sunlight ficam ainda mais profundos e sinistros cobertos de distorção. Nos trechos mais extremos, as guitarras e as baterias se sobressaem, até o momento onde o Noise e o Dark Ambient lentamente vão tomando conta e a música vai afundando numa dissonância grave e sinistra, com os vocais rasgados colaborando para o absurdo acontecer. Aí entram os trechos mais cadenciados, com vocais graves e profundos e diálogos dos assassinos. É deliciosamente assustador. Ainda há momentos onde o Ambient sobressai, com as guitarras mais caladas, mas com a bateria e os vocais do Dragged Into Sunlight fazendo parte de uma tensa e sinistra parede sonora.

Os próprios autores da obra declaram o disco como um tributo a genialidade do Streecleaner do Godflesh e sua influência na música extrema. Justin Broadrick inclusive finalizou a produção do disco. A arte da capa é assinada por Seldon Hunt, que trabalhou com bandas do naipe de Khanate, Neurosis, Sunn O))) e afins (apesar de que, né, está ali mais pela referência do que pela arte em si, que não é nada demais). A melhor parte de N.V. é o álbum fazer parte de uma direção maravilhosa que algumas bandas de metal tem tomado, que é buscar sonoridades mais extremas não no Metal em si, mas no Industrial e no Noise. Não que isso seja novidade, vide o próprio Godflesh, mas isso parecia ter se apagado por algum tempo e agora volta potente com a vibe "crust" de muitas bandas de Black Metal dos anos 10 do séc. XXI. Que tudo se afunde cada vez mais nessa escuridão.





Tracklist:

1. Visceral Repulsion 05:50
2. Absolver 07:54
3. Strangled with the Cord 05:16
4. Omniscienza 06:40
5. Alchemy in the Subyear 06:41


Ouça:

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