País: Noruega
Ano: 2011
Comentário: A banda Ulver já foi apresentada no Ignes Elevanium. O Guilherme Scarsick postou aqui o fantástico álbum Perdition City. Por isto, não vou re-contar dados sobre a banda, exceto o mais curioso deles: a mudança de sonoridade sua música, que começou no Black Metal e hoje é um eletrônico experimental, tendo passado pelo Neofolk.
Wars of the Roses está no mesmo estilo musical ao qual a banda tem se dedicado há mais de 10 anos. Mas não é um álbum inteiramente igual aos seus antecessores. Talvez seja, na verdade, uma mistura. Toma emprestado um pouco do dinamismo de Pedition City, do pesado clima de Blood Inside e da relaxante ambientação de Shadows of the Sun.
Há um clima vampiresco predominante no álbum, o que passa uma sensação de mistério. De perda. De vertigem. São sensações abstratas, tal como é a música de Ulver: cheia de sons incomuns, melodias imprevisíveis e letras aparentemente sem sentido. Mas se você, leitor, estiver lendo essa descrição sem conhecer o Ulver, não se precipite. Não se trata de uma banda experimental ao extremo. O som do Ulver é, de maneira geral, facilmente absorvível. Seu charme está, em grande parte, nos detalhes. É interessante ouvir as canções tentando encontrar cada som que as compõe. Muitas vezes, esses sons são truques eletrônicos bem exóticos, que dentro da canção geram uma certa dissonância. Isso ajuda a música de Ulver ser assim, "abstrata". Wars of the Roses usa e abusa desses truques eletrônicos para fazer combinações complexas e exóticas, dentro de canções dinâmicas.
A primeira faixa, "February MMX", é enérgica, até um pouco feliz. Bem diferente das demais canções. O que eu mais gosto nesta canção é a sua estranheza sonora, principalmente no refrão. Tem alguma cacofonia no meio de uma tempestade de sons - o que acabei de chamar de "combinações complexas e exóticas. Sempre que escuto "February MMX", tenho a impressão de que há algo errado na música. É lindo! O seu clima animado é subtamente quebrado por "Norwegian Gothic", com seus lentos e ruidosos violinos e versos sombrios. Bem "gótico". A canção "Providence", um tanto quanto longa com seus 8 minutos, tem um bom destaque no álbum, principalmente em virtude de sua maravilhosa alternância de sonoridades. Em seus primeiros segundos, a faixa "September IV" reforça o clima vampiresco medieval do qual falei anteriormente. Sua temática literalmente fúnebre é acompanhada por uma curiosa bateria agitada, e um piano elegantemente melódico. "England" também se mostra mais melódica, enquanto "Island" parece uma evolução de sons sem muito comprometimento com qualquer melodia, finalizando-se de maneira genial para dar espaço a última faixa, "Stone Angels". Esta canção deve dividir opiniões entre os ouvintes do álbum. Com quase 15 minutos de duração, "Stone Angels" é uma canção ambiente, com um discurso reflexivo em spoken word, uma combinação extremamente poética e relaxante. Monótona? Não. A evolução da canção é tão penetrante que garante satisfação do início ao fim.
Destaco, portanto, a estrutura do álbum, com a primeira e a última canção tão distintas. E um "miolo" intenso e cheio de feeling. Wars of the Roses é, em minha opinião, um dos melhores lançamentos de 2011.
Myspace || Last.fm
Tracklist:
1. February MMX
2. Norwegian Gothic
3. Providence
4. September IV
5. England
6. Island
7. Stone Angels
Download:
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