Gênero: Indie Rock / Disco / Dub / Reggae
País: Canadá
Ano: 2013
Comentário: O Arcade Fire é uma anomalia musical. Dono de uma das carreiras mais dispares dos anos 2000 para cá o grupo começou fúnebre, via o essencial e pungente
Funeral, manteve a dobradinha baixo-autoestima e ótimas canções em
Neon Bible, migrando, assustadoramente, para o lado ensolarado e pop em
The Suburbs, disco que lançou o grupo ao estrelato, chegando ao ponto de ganhar o
Grammy de
Melhor álbum do ano em 2011. De lá para foram 3 anos, turnês elogiadas que migraram de pequenos lugares para estádios, e a conquista de um enorme número de séquito, tanto de público quanto da crítica. E foi com esta vivência tão dispare que os canadenses adentraram ao estúdio para gravar
Reflektor.
Produzido por James Murphy (ex-líder do essencial LCD Soundsystem), a banda reprisa a parceira nascida num single conjunto lançado em 2007. Dividido em dois discos bem distintos, a nova empreitada assusta numa primeira audição descuidada. Buscando uma sonoridade que oscilasse entre elementos do indie rock, a trupe de Win Butler estabeleceu o inédito diálogo com sonoridades jamaicanas, seja flertando com o reggae ou o dub em vários momentos, influências estas ligadas diretamente as predileções do produtor da vez.
O disco de número um prima por canções "alegres". O single "Reflektor" já denuncia a gradual mudança. Em seus 7 minutos e 34 segundos, batidas disco dialogam com elementos percussivos e vocais de apoio de, pasmem, David Bowie. "We exist", traz linha de baixo sinuosa e versos em prol da existência ante a frieza humana. "Flashbulb eyes" é puro dub em essência. "Here comes the night time" aparece em duas versões. A presente neste primeira parte inicia-se num proto gipsy punk, mas se entrega ao electro. O pop oitentista surge em "You already know". Encerrando o primeiro "lado" ainda temos "Joan of Arc", faixa que inicia punk, traz vocais etéreos (cortesia de Régine Chassagne) e letra sobre rejeição.
Já o segundo disco responde pela porção introspectiva de
Reflektor. A começar pelo reprise de "Here comes the night time" que desta vez surge em versão menor e escura, carregada de sintetizadores e arranjo de cordas. A belíssima "Awful Sound (Oh Eurydice)" aborda de forma explícita o desespero em forma de tragédia grega, mas os arranjos adocicados e os vocais de Régine quase nos convencem do contrário. "It's never over (Hey Orpheus) "novamente aposta na disco music e tem linha de baixo dançante. Além de trazer também referências a mitologia grega, a canção é ode ao filme "Orfeu Negro" lançado em 1969, cujas imagens surgem no vídeo promocional de "Afterlife", penúltima canção do álbum e segundo single. Para o final é reservada a faixa "Supersymmetry" que em seus quase 6 minutos de duração utiliza de sutis recursos eletrônicos, cordas e ternura numa bela ode a solidão e ao crescimento pessoal.
Por fim, falta ainda dizer algo sobre a faixa síntese do álbum, a ótima "Normal Person". Em alto e bom som Win Butler questiona de início se "há algo tão estranho quanto uma pessoa normal"? Percebesse aqui uma critica ao ser tido como "normal" para os padrões da sociedade que valoriza o ser cruel ou
cool em antítese
ao amor amor a si e ao próximo.
"I've never really ever met a normal person". Para o Arcade Fire, ser comum nunca fora cogitado. Mais do que isso a banda buscou algo ainda mais valoroso: ser autêntica.
Tracklist:
Disco 1
Reflektor
We Exist
Flashbulb Eyes
Here comes the night time
Normal Person
You already know
Joan of Arc
Disco 2
Here comes the night time II
Awful Sound
It's never over
Porno
Afterlife
Supersymmetry
Download:
Mega -
4shared
Opa, o link do Mega tá levando pra um álbum do Vampire Weekend. Valeeu!
Correção feita Rômulo. Boa audição!
Gracias Prcero de Colombia Nariño Que no Muera El Rockanroll