Aproveitando o gancho do recém lançado De lá não ando só, já resenhado aqui, os mineiros do Transmissor realizaram um bela apresentação de início da nova turnê sexta passada no Teatro Bradesco.
Apostando numa nova formação com Daniel Debarry no baixo e sem Thiago Corrêa, um dos líderes da banda que atualmente faz parte da banda de Victor e Léo, a banda optou pela caminho da reformulação sonora.
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Foto: Pablo Bernardo |
Contando com uma pequena e estranhamente inexpressiva platéia, a apresentação se seguiria no formato atípico, alternando momentos de lucidez e reação por parte do público seguidos de um silêncio sepulcral. Uma pena.
Alheios a imparcialidade dos presentes o grupo iniciou a apresentação com "Queima o sol", faixa do novo trabalho e na sequência "Bonina", hit do álbum Nacional. Privilegiando o repertório recente, que ao vivo ganha luz e visceralidade, a banda executou, quase que na íntegra, o mais recente rebento, intercalando sucessos e pérolas dos discos anteriores, faixas que aliás merecem algumas linhas. Se De lá não ando só é um disco que aposta numa atmosfera rock, acertadamente o grupo adequou diversas a nova sonoridade de faixas. "1º de agosto", com Jennifer Souza nos vocais, "Eu e você" e "Janela" ( todas do disco Sociedade do Crivo Morto), por exemplo, ganharam mais camadas e peso. Do já citado segundo disco, "Só se for Domingo" também ganhou novo andamento que dialogava diretamente com "Nossas horas", faixa do recém lançado trabalho. De Nacional ainda vieram a cover "Nada será como antes", do Clube da Esquina, e "Dessa vez" que encerrou a noite.
Somado a musicalidade impressa a apresentação primou por um largo apelo visual, com projeções artísticas criadas especialmente para a turnê, dialogando esteticamente com a nova proposta
Renovado e com lenha para queimar, o Transmissor tem tudo para manter o alto padrão já presente nestes 8 anos de bons serviços à boa música.
Ao público mineiro, a única ressalva da noite, uma observação: compareça as apresentações e quando o feito "jogue junto" com o artista. A rica cena independente local precisa, mais do que nunca, da presença, física e espiritual, de um público fiel. A mesma só seguirá existindo com a força de seus conterrâneos.
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Setlist, ingressos e novo disco. Foto: Bruno Lisboa |