
Realizado em Belo Horizonte o festival FUROR (Férias Urbanas Repleta de Ótimos Rolês) promoveu durante os meses de dezembro passado e janeiro uma série de apresentações culturais, mesclando atrações locais com artistas de renome do cenário independente nacional.
Atentos ao novo mercado musical, os organizadores do evento promoveram de maneira criativa, tal como as hoje habituais campanhas de crowdfunding, a opção de convidar ao público a refletir sobre a sobrevivência artística nos dias atuais. Ao invés do tradicional ingresso, o participante foi convidado à pagar o quanto quiser e a cada contribuição recompensas eram atribuídas ao colaborador.
Durante as férias artistas como Tiê, O Terno, Renato Godá, os mineiros do Dom Pepo e o paulistano Thiago Pethit foram algumas atrações que derem o ar da graça no Mercado Distrital do Cruzeiro, o mais novo reduto musical belo-horizontino. O Ignes esteve lá e conta um pouco como foi.
Lembrando que a programação se estende por mais uma semana. Caso queriam saber mais sobre o festival acessem o perfil do FUROR.
Lembrando que a programação se estende por mais uma semana. Caso queriam saber mais sobre o festival acessem o perfil do FUROR.
Tiê
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Foto: Flávio Charchar |
Promovendo seu mais novo rebento, o ótimo Esmeraldas (já resenhado aqui), Tiê trouxe toda a sua ternura e leveza ao Distrital. O setlist da apresentação, composto por 16 canções, privilegiou o repertório recente, que ao vivo funciona muito bem, graças à exímia banda de apoio. Novas canções como "Urso", "Mínimo maravilhoso" e "A noite" foram cantadas em uníssono e conviveram em harmonia com hits dos primeiros álbuns como "Dois", "Piscar o olho" e uma fora do script "Assinado Eu", que ganhou arranjo inédito. Entre uma canção e outra, a cantora aproveitava para deslanchar todo o seu carisma habitual contando inúmeras histórias pessoais que abrilhantaram ainda mais a memorável noite.
Dom Pepo
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Foto: Flávio Charchar |
Fruto da cada vez mais efervescente cena mineira, o combo Dom Pepo fez uma senhora apresentação no festival. Partindo de influências dispares, como os próprios afirmam na canção "Cabelo", a sonoridade da banda é uma mescla de elementos distintos como "feijoada, funk, soul, jazz, samba, maracatu, mexido, rock, reggae, rap, blues, baião", resultando em algo dançante e divertido. Com apenas um EP na bagagem, a apresentação contou com várias músicas inéditas que devem figurar num álbum cheio em breve. Olho neles!
O terno
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Foto: Flávio Charchar |
Com um senhor disco sob os ombros, o segundo e ótimo O terno disco que figura em várias listas de melhores do ano de 2014, o trio O terno foi uma das mais celebradas apresentações do festival. Com o público na mão, grandes canções como "Bote ao contrário", "Ai, ai, como eu me iludo" e hits do primeiro trabalho ("66", "Eu não preciso de ninguém" e a icônica "Zé, assassino compulsivo") causaram momentos de catarse coletiva, coroando assim o grande momento artístico que este jovem grupo vive.
Thiago Pethit

Foto: Flávio Charchar
Habitualmente a apresentação de Thiago Pethit é sinônimo para euforia e lascividade. Esta não foi diferente. Divulgando o elogiado Rock'n'roll Sugar Darling, disco lançado em outubro passado no qual revisita os primórdios do rock, em show Pethit mergulha fundo na atmosfera 50's adotando não só a postura visual bad boy (via jaquetas de couro preta e jeans) como também aposta na sonoridade da época, período em baladas de amor e o rockabilly engatinhavam para o estrelato. No set, canções do disco Estrela decadente ("Moon", "The devil in me", "Dandy darling") e de Berlin, Texas ("Nightwalker") foram de encontro ao novo repertório, destacando o já hit "Romeo". As covers de Elvis ("Be bop a lula"), de Gary Glitter ("Do you wanna touch me") e Iggy Pop and Stooges ("I wanna be your dog" em versão dupla, a original e a releitura em português) completaram o repertório.