terça-feira, 25 de dezembro de 2012
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Drops de Bacon #4 - Os Melhores EPs de 2012

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2012 fora talvez o ano mais prolífico que pude acompanhar na música, grandes álbuns de diversos gêneros foram lançados. Não tão lembrados quanto os full-lenghts, temos os EPs (álbuns nem tão curtos para serem considerados singles, nem tão longo para serem considerados um álbum cheio, tendo usualmente sua duração entre quinze minutos até meia hora), estes que são geralmente meio esquecidos em meio as discografias das bandas, poucos se dão o trabalho de ao explorar todo o trabalho de um grupo, dar atenção  aos EPs, assim como dão aos full lenghts.

Como a produção de música da melhor qualidade foi massiva durante o ano, houve espaço para uma quantidade bem grande de ótimos EPs darem as caras, dentre estes, selecionei aqueles que considero os 15 melhores por motivos diversos.

Abaixo você vai encontrar uma gama de álbuns sem restrição alguma, dos gêneros mais atuais e introspectivos da música eletrônica como o future garage e o downtempo, chegando ao extremo do Black Metal, e sem deixar de passar por bandas que cativam com a simplicidade do hardcore, ou que impressionam com todas as nuances do rock progressivo. 


#15. Shad - Melancholy and the Infinite Shadness
Conscious Hip Hop, Hip Hop

Canadá não tem muita relevância quando o assunto é hip hop, mas dentre eles, Shad é considerado um dos melhores. Melancholy and the Infinite Shadness (clara referência ao épico Mellon Collie and the Infinite Sadness do Smashing Pumpkins), EP de 5 curtas faixas liberado por Shad, que em suas palavras é apenas para se entreter enquanto o novo álbum não ganha vida. A parte legal desse EP são as toneladas de referências a cultura pop descarregadas, como a faixa "A Mili Vanilli" ou "It Ain't Over" que utiliza samples de "It Ain't Over 'Till It's Over" de Lenny Kravitz.




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#14. Pelican - Ataraxia/Taraxis
Post-Rock, Atmospheric Sludge Metal

Um dos principais nomes do chamado post-metal, e do metal instrumental na atualidade, o Pelican lança suas primeiras composições desde What We All Come To Need de 2009. Ataraxia/Taraxis não traz nenhuma novidade, porém, soa revitalizado. Em suas 4 faixas, temos duas mais leves e melódicas, puxadas para o post-rock, na linha do que andaram fazendo em seus últimos álbuns, enquanto nas outras duas temos o peso e os grandes riffs de outrora. Ataraxia/Taraxia mostra bem ambos os lados da banda, funcionando bem para todos aqueles que conseguem desfrutar destes 2 opostos.




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#13. Down IV Part 1 - Purple EP
Stoner Metal, Stoner Rock

Down talvez seja uma das poucas "super bandas" realmente funcional. Pantera, Crowbar e Corrosion of Conformity são os alicerces do grupo, e o entrosamento de cada um ali, é excelente. Como o nome indica, Down IV part 1 é o quarto trabalho de estúdio, e uma prévia do que está por vir na versão completa de Down IV. Sem muitas surpresas, apenas mais do mesmo do que o Down já faz extremamente bem, metalzão sujo e grooveado, talvez com um toque mais melódico e comercial do que de costume, remetendo em certos momentos ao Alice In Chains.




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#12. Cerce - Cerce
Hardcore Punk, Post-Hardcore, Power Violence

Está se tornando cada vez mais comum, mas ainda é um fato relativamente inusitado e digno de destaque quando uma mulher aparece como vocalista de uma banda de gêneros mais pesados, como no caso do Cerce e seu Post-Hardcore. Além disso o interessante é que o instrumental é altamente denso e opressivo,  mas contrasta com os timbres da vocalista, que chega próximo de soar infantil, mas é compensado pela agressividade com que é cantado e berrado. 




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#11. Dadub - Way to Moksha
Dub Techno, Techno, Minimal

Duo italiano baseado em Berlim, o Dadub investe numa mistura direta do dub com o techno. O Techno que usualmente remete a músicas extremamente dançantes, talvez um dos segmentos mais populares dentre as músicas de balada, aqui aparece com uma roupagem mais próxima do ambiente, e um tanto quanto imersiva. Ainda que em vários momentos utilize das batidas aceleradas do techno, estas estão mergulhadas nas ambientações atmosféricas que a acompanham.





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#10. The Ocean - The Grand Inquisitor
Atmospheric Sludge Metal, Progressive Metal

Mais um bom nome da cena "New Prog", o The Ocean apesar de não ter a fama de bandas sonoramente próximas como o Mastodon ou o Baroness, aposta em um metal progressivo competente e inteligente. Álbuns conceituais da melhor qualidade, inspirações e referências literárias de primeira como por exemplo de Dostoievski e literatura russa como um todo, são a base de um Sludge pesadão com grandes contrastes de momentos mais melódicos e atmosféricos.




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#9. Maed Meva - Figures
Turntablism, Downtempo, Instrumental Hip Hop

Maed Meva é um projeto colaborativo entre dois caras, o produtor Maed e o turntablist Meva. É o tipo de coisa que dificilmente conseguiríamos ter contato se não fosse a internet, é uma típica pérola isolada. Beats muito bem produzidos de downtempo com o uso bem encaixado de scratchs tornam Figures imersivo (como quase tudo de downtempo). Muito aqui também remete ao hip hop instrumental, parte das grandes influências de Maed vem de nomes como Madlib e Bonobo, influências bem notáveis no produto final.




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#8. Crippled Black Phoenix - No Sadness Or Farewell
Progressive Rock, Post-Rock, Art Rock

O grande e mutante projeto colaborativo Crippled Black Phoenix, teve em 2012 talvez o seu melhor ano. Lançou (Mankind) The Crafty Ape logo no início e emplacou um excelente álbum duplo conceitual. Como se um álbum duplo não fosse o suficiente, ainda sobrou espaço para um longo EP surgir neste final de ano, mantendo as mesmas estruturas de (Mankind), uma sonoridade que parece ser como o Pink Floyd soaria nos anos 2000, cheio de influências diversas que vão do Blues ao Post-Rock, mas mantendo a coesão e construindo belíssimas canções.





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#7. Chet Faker - Thinking In Textures
Contemporary R&B, Downtempo, Post-Dubstep

Thinking in Textures é um trabalho de produção extremamente delicada, uma sonoridade que carrega um pouco do retrô, ao mesmo tempo que nos mostra o melhor de alguns dos gêneros que andam em grande evidência atualmente. As batidas em parte remetem ao UK Garage, as vezes lembrando um pouco o James Blake, outras horas surge mais puxado para o Downtempo e o Chillwave, com refrões grudentos e uma atmosfera que nos leva para o R&B contemporâneo.




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#6. ††† - Crosses II
Electronic, Alternative, Trip-Hop

Segundo EP do †††, ou apenas Crosses. Mais um dos projetos de Chino Moreno, a voz e rosto do Deftones. O próprio Crosses provavelmente pela marcante voz de Chino, chega a remeter em certos momentos ao Deftones em suas músicas mais leves, só que aqui temos uma dose de batidas eletrônicas imensamente maiores do que em sua banda principal, a banda provavelmente foi criada para aplicar o gosto e influências dele por projetos eletrônicos, principalmente de nomes mais atuais como Fever Ray, The Knife e iamamiwhoami. Agradável, atmosférico e extremamente grudento.








#5. Dérive - Fractures
Post-Hardcore, Screamo, Experimental

Diretamente do underground do interior de Massachusetts, mais especificamente Northampton, em 2012 nasceu o Dérive. Fizeram uma boa estreia com o EP Fractures que crava exatamente meia hora de duração. Post-Hardcore experimental, quebrado, barulhento, com altas doses do post-hc dos anos 90 e da cena noise rock da época. Berros, pianos, gaitas, banjos, country, spoken word, agressividade, lo-fi e sujeira. Música incomoda para os ouvidos mais delicados, feita da melhor forma possível, e também um ótimo debut.








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#4. Deathspell Omega - Drought
Black Metal, Progressive Metal

Já tem um certo tempo que o Deathspell Omega simplesmente transcendeu o Black Metal e tranquilamente figuram no posto das melhores bandas de metal dos anos 2000. Com Drought os franceses completam uma trinca de álbuns simplesmente genial, iniciado por Paracletus em 2010, Diabolus Absconditus em 2011 e finalmente Drought em 2012, o EP nos traz uma sequência do que já vinha sendo praticado anteriormente, um Black Metal ultra técnico, quebrado, doentio, progressivo e cheio de melodias inspiradas. 





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#3. WIFE - Stoic
Future Garage, Ambient, Downtempo

O tipo de som lançado por James Kelly como WIFE não é o que você esperaria de um cara que toca em uma banda como o Altar of Plagues (Black Metal). Mais um projeto eletrônico que colhe influências das batidas de uk garage, 2 step e dubstep britânico. As texturas remetem muito ao Burial, e as batidas ao Thom Yorke em TKOL Remixes. O resultado final é uma excelente mistura entre a bass music,  o ambient e um formato de construção indie, talvez lembrando um pouco o trabalho produzido por James Blake, porém, mais dinâmico e agitado (ainda que seja um tanto quanto melancólico) .









#2. Agalloch - Faustian Echoes
Atmospheric Black Metal, Dark Folk, Post-Rock

Mais uma vez o Agalloch é ousado e flerta com a perfeição. Uma unica faixa de quase 22 minutos compõe o EP Faustian Echoes, uma peça baseada em Fausto de Johaan Wolfgang von Goethe. Temos ali o Black Metal atmosférico tradicional do Agalloch, narrativas, passagens acústicas, um pouco de shoegaze, o folk obscuro, leves influências de post-rock e muito mais, tudo isso coaduna de forma a montar uma música  longa completamente coesa dentro da sua proposta e que em momento algum se torna enjoativa ou cansativa.




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#1. Burial - Kindred EP/Truant & Rough Sleeper
Future Garage, Dubstep, Ambient House, 2-Step

Burial foi tão monstro que seus dois EPs (Kindred lançado no início do ano e Truant & Rough Sleeper no final) lideram com folga a lista inteira. Ele que deu o pontapé inicial no tão controverso dubstep em 2005, utilizando principalmente de influências da UK Garage, fora se aperfeiçoando até lançar suas melhores faixas no decorrer deste ano. Aqui Burial mostra toda sua competência como produtor em longas faixas, com espaço para um desenvolvimento de colagens com pitchs descompassados, aliado a um clima um tanto quanto intimista e introspectivo. Ao longo das músicas é possível notar a grande quantidade de mesclas de gêneros atuais da música eletrônica, sempre acompanhado das batidas do 2-step e de graves potentes, influência marcante do dub, tudo isso resulta no chamado Future Garage.



Kindred: Rapidshare//Rapidgator//Bayfiles
Truant & Rough Sleeper: Rapidshare//Rapidgator//Bayfiles

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