O Soul é um dos estilos mais sensacionais da música, com uma das histórias mais encantadoras. No entanto, o gênero ficou um grande, digamos, hiato de carência de grandes nomes entre a década de setenta e os anos 2000. Nessa década, o ótimo D'Angelo conseguiu dar mais um sopro de vivacidade nesse jaez da música. Por cerca de dez anos, entretanto, assistimos a uma movimentação, de certo modo, morna de seus adeptos. Nesse ano, no entanto, o grande Frank Ocean lançou um disco que pode ser o grande pilar do recomeço. Mas ele não veio sozinho: vários lançamentos do chamado Neo-Soul e o que se convencionou denominar de Contemporary R&B deram as caras de modo a arrebatar público e crítica. Logo abaixo você confere cinco de seus principais exemplos.
THEESatisfaction - awE naturalE
Neo-Soul / Contemporary R&B / Experimental Hip Hop
A carreira de Catherine Harris-White e Stasia Irons mudou drasticamente, para melhor, claro, depois de participarem do Black Album do Shabazz Palaces.
Com o peculiar nome de THEESatisfaction, a dupla chamou a atenção da Sub Pop Records que, em 2011, assinou contrato e bancou o debut para o ano seguinte.
O disco awE NaturalE saiu em março, e certamente é o que mais de, digamos, diferente, apareceu no mundo do Soul e do Hip Hop. Muito experimentalismo se reveza com entregas vocais de dar inveja a qualquer Nicki Minaj, culminando num resultado extremamente atrativo. Foi o próprio duo, inclusive, que produziu o disco. Grande expectativa gerado em torno da capacidade da dupla, sendo, sem dúvidas, uma das grandes estreias de 2012.
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Jessie Ware - Devotion
Contemporary R&B / Synth Pop / Sophisti Pop
Jessie Ware, vinte e oito anos, foge aos clichês do gênero. É inglesa, caucasiana e tem um passado em um gênero bem diferente: o dubstep do SBTRKT já recebeu colaborações suas por um período.
No ano passado, entretanto, Ware lançou sua estreia em carreira solo, com o single Strangest Feelings, no charmoso formato de 10'' vynil na cor roxa. A maior atenção de seu país foi voltada somente em 2012, quando lançou, em sequência, Running, 110% e Wildest Moments, em preparação para a divulgação de seu primeiro full lenght, Devotion, que saiu em agosto.
Nessas três aparições providenciais, Jessie se mostrou uma cantora talentosa que havia encontrado uma produção à altura de seu talento. Elementos eletrônicos se entrelaçam à sua voz suave, juntamente com os metais tão afeitos ao gênero. Não só é um dos melhores álbuns de Neo-Soul de 2012 como é, também, sem dúvida alguma uma das cinco melhores estreias do ano.
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Bobby Womack - The Bravest Man In the Universe
Neo-Soul / Trip Hop / Deep Soul
A XL Recordings começou, em 2010, uma prática extremamente interessante: a revisitação do estilo de talentosos artistas consagrados da década 60 e 70, motivando-os a compor novos trabalhos e dando a essas composições toda uma roupagem modernizada. Primeiro, Gil Scott-Heron e seu inesquecível I'm New Here, produzido por Richard Russell. A bola da vez é Bobby Womack.
O mesmo Russell assina a produção de The Bravest Man In the Universe, lançado em julho, mas dessa vez conta com a parceria de ninguém menos que Damon Albarn, com quem Womack já havia trabalhado ao colaborar com os Gorillaz.
O disco não é sombrio como o de Scott-Heron. Pelo contrário, algumas faixas são bem, digamos, ensolaradas. O resultado da produção ousada, com muitos toque eletrônicos, é extremamente satisfatório. A XL Recordings, mais uma vez, consegeu reviver um grande ídolo, à beira dos setenta anos, mostrando que os bons velhinhos ainda têm muito a prestar ao mundo da arte.
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Georgia Anne Muldrow - Seeds
Neo-Soul
E parece que a fórmula do sucesso do Neo-Soul, neste ano, foi ousar na produção. Não que o experimentalismo fosse uma novidade na carreira de Georgia Anne Muldrow, uma californiano de trinta anos que há pelo menos dez deles passeio pelos campos do Blues, Soul, Hip Hop e Jazz. Afinal, ela já fez parte da lendária Stone Throw Records, onde não se pode entrar caso faça músicas normais.
Em Seeds, lançado em março, no entanto, Muldrow deu um passo ainda maior ruma à alternatividade. E, para isso, contou com a produção de um monstro, um perito no assunto: Mad-fucking-lib.
A cantora mostra bastante intimidade com essa nova aventura, e demonstra ainda viver em grande fase com sua voz. As batidas se encaixaram perfeitamente à temática e ao talento disponíveis, resultando no que é, possivelmente, o melhor álbum de sua discografia.
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Miguel - Kaleidoscope Dream
Contemporary R&B
Inicialmente sob a alcunha de Miguel Jontel, o cantor de origem mexicana começou sua carreira artística com várias participações em discos de nomes do Hip Hop e do próprio Soul, até quando, em 2010, lançou seu debut, intitulado All I Want Is You. Apesar de revelar ali um grande talento, pouca atenção foi dispensada pela crítica ao seu trabalho.
Alimentando sua carreira com mais featurings aqui e ali, Miguel finalmente conseguiu se consolidar inequivocamente nesse ano, ao lançar, em setembro, o excelente Kaleidoscope Dream, sua estreia na gigantesca RCA.
Com uma produção mais acurada, Miguel se sente bastante à vontade para soltar sua voz cativante em faixas matadoras como Adorn e Do You..., os dois singles até então lançados. Um registro para arrebatar de vez a opinião daquelas que ainda olhavam com desocnfiança para uma possível carreira sólida de sua parte.
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